A insulina inalável é absorvida pelos pulmões do paciente (Ilustração: André Moscatelli/SAÚDE é Vital)

 

Essa mistura de bronquite com enfisema pulmonar, comumente causada pelo cigarro, traz sintomas desagradáveis e aumenta o risco de morte – mas tem tratamento

 

Por Chloé Pinheiro e Goretti Tenorio

doença pulmonar obstrutiva crônica, ou DPOC, é a obstrução da passagem do ar pelos pulmões provocada geralmente pela fumaça do cigarro ou de outros compostos nocivos. A doença se instala depois que há um quadro persistente de bronquite ou enfisema pulmonar. O primeiro causa um estado permanente de inflamação nos pulmões, enquanto o segundo destrói os alvéolos, estruturas que promovem trocas gasosas no órgão.

O quadro é perigoso porque, além do potencial para interromper a respiração de vez, diminui a circulação de oxigênio no sangue e dispara substâncias inflamatórias pelo corpo todo. O risco de infarto e AVC dobra. Os portadores podem ainda sofrer com fraqueza muscular, raciocínio prejudicado e até ficarem mais sujeitos à depressão.

Apesar de ser frequentemente associada ao cigarro, cerca de um terço dos acometidos pela DPOC nunca fumou.

Sinais e sintomas

– Tosse
– Pigarro
– Falta de ar e fadiga
– Catarro em excesso

Fatores de risco

– Tabagismo
– Histórico familiar
– Inalação constante de gases, como fumaça de lenha e produtos tóxicos

A prevenção

Ficar bem longe do cigarro é a maneira mais eficaz de prevenir o problema. Fazer checkups regularmente ajuda porque os sintomas podem ser confundidos com meras consequências das tragadas ou do envelhecimento. Com isso, o distúrbio avança sem levantar suspeitas e o tratamento fica mais difícil.

Novos indícios sugerem que uma alimentação equilibrada também influencia na DPOC. Enquanto o consumo de carnes processadas em excesso pode prejudicar os pulmões, um menu cheio de frutas, legumes, verduras e grãos colabora na manutenção do órgão.

O diagnóstico

Um exame chamado de espirometria mede a força do sopro da pessoa e atesta a DPOC se o fluxo de ar for fraco. Para confirmar o diagnóstico, o médico avalia as queixas relacionadas à respiração e ao cansaço e solicita outros testes. É o caso da radiografia do tórax e do oxímetro, que mede o teor de oxigênio no sangue.

O tratamento

A doença não tem cura, mas uma série de medidas a mantém sob controle e, na medida do possível, devolve um pouco da função pulmonar. Os medicamentos broncodilatadores, que melhoram a respiração, são os mais usados, mas anti-inflamatórios também podem acabam prescritos em alguns casos.

Quando a concentração de oxigênio no sangue está muito baixa, o indivíduo precisa fazer terapia para suplementar o fôlego. Fora isso, deve estar sempre atento às chamadas exacerbações agudas, picos de piora da doença que podem levar à insuficiência respiratória se não tratados imediatamente.

Infecções respiratórias disparam as crises e agravam o quadro, por isso o médico geralmente recomenda a vacinação contra a gripe todos os anos. As atividades físicas também são importantes no tratamento, uma vez que problemas em fibras musculares são comuns em quem tem a doença. Além de fortalecer a musculatura, o exercício ainda combate a inflamação nos pulmões típicas do quadro.

Fonte: saude.abril.com.br