As novas tecnologias são responsáveis pelos principais avanços da medicina, com novos procedimentos e técnicas. Além disso, também são aplicadas em estratégias amplas do setor: como identificação e prevenção de doenças; desenvolvimento de tratamentos para casos complexos; aumento da eficiência dos serviços de saúde.
Estas as inovações atingem todos os processos, desde o registro do paciente ao monitoramento de dados, dos testes laboratoriais aos aparelhos que possibilitam que o próprio paciente faça seu monitoramento. Neste texto, você conhecerá os principais avanços da medicina com a utilização de recursos tecnológicos:
- Telemedicina e saúde on-demand
- “Internet das coisas”
- Realidade virtual
- Inteligência artificial
- Análise de dados na prevenção
Telemedicina e a saúde on-demand
A telemedicina não é apenas tendência. É um avanço da medicina que chegou para ficar. A prática foi autorizada pela Lei nº 13.989, de 15 de Abril de 2020. Portanto, é possível praticar telemedicina no Brasil enquanto durar a crise ocasionada pelo coronavírus.
Embora seja uma decisão com limite temporal, demonstra como a tecnologia possibilita transformações rápidas na área da saúde. Também indica que é um caminho para facilitar o acesso aos atendimentos.
Os principais benefícios da telemedicina são:
- Otimização de tempo x custo-benefício
- Agilidade no tratamento e entrega de resultados
- Armazenamento mais seguro e eficaz
- Redução do tempo de espera para consulta
Outras inovações são usadas para aprimorar a prática de telemedicina, entre elas a interação em tempo real com tecnologia 5G e os conceitos de consulta sob demanda.
Interação em tempo real em 5G
Um dos avanços da medicina trazidos pela tecnologia são as interações digitais, em tempo real. O advento das conexões 5G permite que alguns procedimentos sejam controlados à distância pelo profissionais e aplicados, no mesmo momento, ao paciente. Assim, até mesmo o exame físico será viabilizado.
Existem inúmeros estudos no Reino Unido e nos Estados Unidos sobre a aplicação da tecnologia 5G em cuidados com a saúde. Veja, abaixo, duas empresas que já estão aplicando essas tecnologias na prática.
A Stuward, com sede na Suíça, lançou o aplicativo de telemedicina Stuward VU. O app conecta médicos com pessoas que procuram consultas on-line. O principal diferencial da Stuward é ajudar os profissionais independentes a competir com empresas grandes, com alto orçamento de marketing. Assim, facilita o processo de atendimento para o médico e para os pacientes.
Já a empresa Eedoctors, também sediada na Suíça, criou o primeiro consultório virtual com acesso direto pelos smartphones. A Eedoctors traz a possibilidade de elaboração de diagnósticos formais em consultas virtuais. Este diferencial está baseado nas inovações da tecnologia 5G por manter uma conexão mais estável e confiável entre médicos e pacientes.
Consulta sob demanda: atendimento na agenda paciente
O consumo sob demanda (on-demand) representa a necessidade dos consumidores de desejarem produtos e serviços em sua própria conveniência. Essa realidade aproxima-se do mercado da saúde, uma vez que os pacientes começam a solicitar atendimento médico e tentam encaixar a consulta em sua agenda lotada.
Neste cenário, empresas como Nomad Health já trabalham para conectar médicos e pacientes, em atendimento sob demanda. A empresa é um marketplace que vincula médicos diretamente a instituições de saúde para trabalhos de curto prazo. Assim, facilitam a prestação de serviços de acordo com a demanda dos pacientes, em circunstâncias específicas. Nas palavras da empresa:
Agora, os médicos podem voltar a fazer o que fazem de melhor: cuidar dos pacientes. E hospitais e clínicas podem preencher posições críticas para que possam se concentrar em servir suas comunidades.
“Internet das coisas” na medicina
A chamada “internet das coisas” é uma realidade do mundo contemporâneo. Como tendência do desenvolvimento tecnológico, chegou ao mercado da saúde. Trata-se da interconexão de objetos cotidianos com a internet.
Esse conjunto de tecnologias permite a comunicação digital de objetos físicos, como veículos, prédios e utensílios domésticos. A conexão com a internet facilita, em primeiro lugar, seu controle de forma remota. Um segundo passo é quando esses objetos começam a prover serviços; ou seja, a suprir necessidades humanas ativamente.
Neste cenário, surgiu a expressão “Internet of Medical Things” (IoMT). Há intenso desenvolvimento de dispositivos e aplicativos que desempenham papel importante na identificação e na prevenção de muitas doenças. A combinação desses dispositivos com tecnologias de telemedicina e telessaúde deu origem à expressão.
A praticidade é tamanha que há dispositivos que o paciente pode vestir, utilizando em seu dia a dia, como monitores de ECG, nível de glicose, pressão arterial e temperatura da pele. Essa tendência traz melhorias para toda área da saúde, uma vez que qualifica a experiência do paciente e aumenta a eficiência dos serviços.
Realidade virtual nos tratamentos
Outra aplicação de tecnologia nos cuidados médicos é feita com dispositivos de realidade virtual. Há inúmeras utilidades em tratamentos de dores, Transtorno Bipolar, Transtorno de Estresse Pós-Traumático e outros.
Desde startups até grandes empresas da indústria farmacêutica estão investindo em aparelhos de realidade virtual e realidade aumentada. Estima-se que, apenas nos Estados Unidos, o investimento nessas tecnologias alcance anualmente 5,1 bilhões de dólares em 2025.
A Maplewood Senior Living utiliza realidade virtual para atender indivíduos que têm dificuldades que variam de demência a deficiências cognitivas. São oferecidas atividades e experiências adaptadas. Com os dispositivos, é possível simular situações cotidianas controladas, facilitando a recuperação de habilidades motoras ou cognitivas. Assim, há melhora no bem-estar do paciente, com maior adesão ao tratamento.
Os dispositivos de realidade virtual e aumentada, quando aplicados na área da saúde, têm como base de funcionamento conceitos de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning. Veja a seguir como avanços tecnológicos nessas áreas estão aumentando a eficiência de tratamentos médicos.
Eficiência com inteligência artificial
A Inteligência Artificial (IA) é caracterizada pela possibilidade de processamento de informações e pelo fornecimento de dados para tomada de decisões de modo semelhante ao humano. Esta é uma das principais tendências na área da saúde.
Equipamentos com IA podem melhorar o processo diagnóstico, em termos de velocidade e precisão. Além disso, contribuem com a identificação precoce de doenças. Assim, os profissionais podem iniciar suas abordagens em estágios iniciais das patologias.
Os sistemas de aprendizado de IA também são utilizados para exploração de interações bioquímicas na criação de medicamentos, acelerando a inovação na indústria farmacêutica.
A aplicação de inteligência artificial já é realidade, também, na área cirúrgica. O Brasil é o país que mais faz cirurgia robótica na América Latina. Com movimentos precisos e acesso minucioso às partes do corpo submetidas à intervenção, a cirurgia com robôs traz avanços na medicina que são significativos. Até 2018 foram realizadas mais de 5 mil cirurgias robóticas no Brasil.
Assim, durante os procedimentos, o cirurgião controla os robôs, que possuem respostas aprendidas com base em algoritmos provenientes de análise de dados, informações sobre técnica cirúrgica e anatomia.
Análise de dados na medicina preventiva
O objetivo da medicina preventiva é a intervenção precoce, atuando na predição e não apenas na cura. Dessa forma, encontra na análise de dados o principal recurso para seus avanços. A alta produção tecnológica, afinal, é baseada nos dados gerados por pesquisas e pelos atendimentos prestados.
Assim, os recursos de Data Analytics e Data Science são aplicados, principalmente, na identificação de oportunidades de desenvolvimento de novos recursos. Nesse cenário, o avanço da medicina é a aplicação das análises de Big Data.
A digitalização das informações na área da saúde gera grande quantidade de dados, que podem ser consolidados e analisados com diferentes finalidades. Dessa forma, é possível prevenir epidemias, curar doenças, reduzir custos e, em geral, aumentar a eficiência da prestação de serviços.
A Big Data Analytics pode ser aplicada em:
- planejamento de equipes de atendimento;
- controle do consumo de medicamentos;
- criação de algoritmos para tratamentos;
- ações preventivas em população-alvo;
- redução de fraudes;
- integração com imagiologia médica.
Sobre o autor: Valter Machado ( Produtor de Conteúdo Especialista em HealthTech )
Fonte: amplimed.com.br